sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As escolhas nossas de cada dia





Em tempos atuais tomar decisões é uma tarefa extremamente difícil, seja na área profissional, sentimental, espiritual, familiar, e até mesmo nos aspectos mais corriqueiros de nossa existência, como, por exemplo, saber qual o produto de beleza que devemos escolher na hora da compra. O mercado e a indústria da beleza oferecem muitas opções que podem nos deixar confusas, não é mesmo?
Quando o dinheiro é pouco podemos decidir por uma marca mais barata, mas ainda assim existem muitos produtos. Algumas vezes podemos consultar uma amiga e aceitar a dica de um produto que ela esteja usando, seja um batom, um creme para o rosto ou para o corpo. Tarefa difícil, também, é entrar num shopping para comprar roupas, sapatos,bolsas e outros acessórios. Quantas opções! Quantas marcas diferentes! É tão complicado escolher um vestido quando a vontade que sentimos é de levar pelo menos meia dúzia. Tantos objetos que nos enchem os olhos e pouca condição de possuir tudo o que almejamos.
Mas a vida de uma jovem cristã não se resume aos cuidados com o corpo e com a beleza. A cada dia que passa torna-se importante tomarmos decisões acertadas, fazermos nossas escolhas com sabedoria, na tentativa de honrar a Deus. Nem sempre podemos ter tudo ao mesmo tempo e freqüentemente precisamos optar entre uma coisa e outra. Como o leque de possibilidades é grande, há quem acredite que seja possível ter tudo. Mas isso não é verdade.
Há quem estude ouvindo música na frente do computador, com a televisão ligada e utilizando o telefone. Com o controle remoto podem acessar diversos canais, de acordo com os seus interesses, sem deixar de “cumprir” suas obrigações, como, por exemplo, estudar. Isso reflete a vontade de não se perder tempo, de explorar ao máximo as possibilidades que a modernidade traz (para quem tem condições financeiras de adquirir computador, televisão e telefone). Mas reflete também a incapacidade de se deter em uma atividade de cada vez e ter de ficar com uma só ao invés de várias.
Algumas jovens têm dificuldade de namorar um rapaz só ou, no caso dos rapazes, de namorar ou ficar com uma só garota. Ficam com vários numa noite. Em vez de se dedicar a uma pessoa, se interessam por várias ao mesmo tempo e mantêm relacionamentos superficiais, porque um relacionamento profundo e verdadeiro exige tempo, entrega e dedicação. Alguns indivíduos utilizam como pretexto o medo de sofrer por amor e preferem encarar os relacionamentos afetivos como diversão e algo que não deve ser levado muito a sério.
Um número cada vez maior de pessoas tem construído sua identidade em cima de interesses momentâneos e baseada em valores passageiros e fluidos. Conseqüentemente, as escolhas que essas pessoas fazem dispensam mediações e rodeios. O que fazer? Como agir? São perguntas filosóficas, mas importantes para quem tem tanto a escolher e parece não estar muito disposto a abrir mão de algo em função de um possível arrependimento no futuro.
Muitas estão interessadas em viver o presente, o “aqui e agora”. Diante disso, vale a pena pensar na vida que você quer levar. Que diferença faz ser uma jovem cristã comprometida com o presente, mas também com o futuro e ocupada em agir com sabedoria em todo tempo? Essa supervalorização do presente tem promovido uma vida sem juízo, sem responsabilidades.
A jovem que numa festa fica com vários rapazes e no final do mês descobre que está grávida não pensou nas conseqüências dos seus atos.
Nunca vou me esquecer de uma frase que ouvi em um programa de reportagem, que contava a história de uma jovem que estudava e à tarde ensinava literatura e poesia a outras jovens de sua comunidade. A repórter que apresentava o programa disse: “Esta jovem está grávida de um futuro e de uma esperança”. Aquela jovem se ocupava estudando, trabalhando e ajudando ao próximo.
São muitas as jovens que não pensam em estudar. Preferem ficar batendo papo com as amigas, dormir todas as tardes e namorar mais do que devem. Na hora de procurar um emprego vão descobrir que as suas chances são mínimas e suas necessidades máximas. É verdade que a situação está complicada mesmo para quem tem diploma - um motivo a mais para você se aplicar. Hoje em dia até para cuidar de crianças se exige cursos profissionalizantes e Ensino Médio.
Não sou eu quem tem que dizer o que você deve fazer quais as melhores escolhas, o que fazer com o leque de possibilidades que está a sua frente. A decisão mais importante talvez você já tenha tomado: seguir a Cristo. Um dos hinos mais bonitos do Cantor Cristão expressa essa realidade: “Meu amigo, hoje tu tens a escolha: Vida ou morte, qual vais aceitar? Amanhã pode ser muito tarde, hoje Cristo te quer libertar.” Você deu esse passo, mas Cristo escolheu você para cumprir uma missão importante, registrada no evangelho de João 15.16: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”
Cristo nos escolheu como amigos e não como servos: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque, o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo 15.14,15).
Um escravo, um servo não sabe dos andamentos dos negócios de seu senhor; não é confidente de seu senhor; apenas cumpre ordens. Um proprietário de terras, por exemplo, não informa ao servo sobre as suas negociações no mercado, nem para  onde vai, com quem vai, que propriedades adquiriu. O Messias de Deus, mesmo sendo
Senhor da glória nos escolheu como amigas.
Os amigos do Senhor Jesus entendem seus desejos mais íntimos, suas vontades. Uma amiga de verdade conhece a outra. Aquele que conhece a Cristo consegue discernir e compreender as coisas do Espírito: “Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque,  quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.14-16).
Ter a mente de Cristo é tomar decisões corretas e se errar deve-se reconhecer que precisa mudar o rumo da vida. A mente de Cristo nos permite compreender que a vida é mais importante que os prazeres passageiros, que fazer um monte de coisas ao mesmo tempo e principalmente, que manter relacionamentos perecíveis. Ninguém está imune, mesmo sendo cristão, de se iludir com uma pessoa e se deixar envolver por causa de falsas promessas, mas o Espírito Santo não nos deixa permanecer no erro.
Cristo nos escolheu para darmos frutos através de uma vida digna, correta e coerente, seja amando o próximo como a nós mesmas, cuidando do nosso corpo que é o santuário do Espirito Santo ou batalhando por uma vida profissional adequada. Logo, todas as nossas escolhas devem passar antes por um momento de oração, de reflexão e de entrega àquele que pode fazer mais do que pedimos e pensamos: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos da liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte” (Tg 1.5,6).
Busque a sabedoria de Deus para a sua vida; busque-a com fé, certa da vitória em Cristo Jesus. Se você adquirir em um supermercado um perfume ou um creme e descobrir que a propaganda era enganosa, ou seja, que o produto não cumpre o que promete, com certeza você vai comprar outro produto no mês seguinte. Mas existem escolhas que
marcam nossas existências para sempre e exigem sabedoria. Não se esqueça nunca de que você é uma jovem cristã e o seu agir e pensar devem, portanto, ser dignos de Cristo.